sábado, 16 de abril de 2011

Respiração Holotrópica


Técnicas respiratórias que têm o objectivo de ampliar a consciência foram empregadas, ao longo de milénios, por praticamente todas as grandes tradições espirituais e místicas. Stanislav Grof (psiquiatra há mais de 40 anos) foi o primeiro cientista a utilizá-las metodicamente como via de acesso à vastidão do mundo psíquico.
No final dos anos sessenta, o uso do LSD foi proibido, inclusive para fins científicos. Diante do imenso arquivo de dados que tinha nas mãos, resultante de mais de quatro mil sessões psicadélicas, Stanislav Grof passou a buscar alternativas para prosseguir os seus estudos. Então elaborou um método que, sem utilizar nenhum tipo de droga, possibilita ao participante aceder a estados alterados de consciência e percorrer praticamente os mesmos caminhos traçados durante as experiências com o LSD. Trata-se da respiração holotrópica, na qual se combinam certos procedimentos respiratórios, música evocativa, trabalho corporal focalizado e desenho de mandalas.
A palavra holotrópico vem do grego, em que holos significa “todo” e trepein é “mover-se em direcção a”, portanto, mover-se em direcção à totalidade.
Comparativamente ao LSD, a respiração holotrópica tem a vantagem de exigir dos indivíduos uma participação muito mais activa e responsável, mobilizando, além da mente, também as estruturas corporais.
O objectivo não é apenas o auto - conhecimento, mas também a auto-transformação. Ao aceder, por meio da respiração holotrópica, aos seus conteúdos físicos, biográficos, perinatais ou transpessoais, o participante não apenas entra em contacto com os seus traumas, mas também com os recursos internos para superá-los. Muitas vezes, uma única sessão de respiração holotrópica permite desatar nós que permaneceram ocultos nos anos de psicoterapia convencional, abrindo caminho para o processo de cura. O trabalho de respiração holotrópica possibilita o acesso a todos os níveis da experiência humana: o nível biográfico, o perinatal (relacionado ao trauma do nascimento) e um amplo espectro do nível transpessoal que compreende as memórias ancestrais, raciais, colectivas e filogenéticas, as experiências kármicas e a dinâmica arquetípica.
O método terapêutico que o Grof elaborou a partir desse estudo tem ajudado indivíduos dos cinco continentes a superar os seus traumas psíquicos e a encontrar novos patamares de saúde psíquica, felicidade e auto-realização.

Valériya Kalyuga 3º GS

Referências bibliográficas:

Kalyuga, V. (2010). “Cartografia da consciência do Stanislav Grof: a consciência sem limites”. Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular, Modelos Terapêuticos, no 2º ano da Licenciatura em Gerontologia Social.

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