sábado, 30 de abril de 2011

Sonhar também pode curar

Adenáuer Novaes refere que o acto do sonhar é considerado pela Psicologia Transpessoal uma fonte de «dados muito úteis à compreensão dos processos psicológicos, os quais contribuem enormemente para a psicoterapia».

"A maior parte das sensações de estar fora do corpo também tende a ocorrer quando a pessoa está sonhando, ou pelo menos quando está na cama. (...) Ás vezes o sonho lúcido é considerado uma forma inferior de experiência fora do corpo." (Laberge)

Por outras palavras, Laberge partilha da mesma opinião de Novaes: "O sonho lúcido tem um potencial considerável na promoção do crescimento e do desenvolvimento pessoais, no aumento da autoconfiança e na melhoria da saúde mental e física, além de facilitar a resolução de problemas de criatividade e ajudar a progredir no caminho do autocontrole."

O sonho lúcido dá-se quando a pessoa que está a sonhar tem plena consciência desse facto, e sabe que naquele momento, apesar de estar a dormir também está a sonhar.
"Quem sonha lucidamente, ao mesmo tempo em que está completamente fora de contacto sensorial com o mundo exterior, portanto totalmente adormecido para o mundo, tem perfeita consciência de todos os sonhos e está tão (ou quase) de posse das faculdades mentais como quando está acordado. Por isso pode-se considerar que quem tem sonhos lúcidos está completamente acordado para o mundo interior dos seus sonhos" (Laberge)


As pessoas que têm sonhos lúcidos descrevem as sensações que têm em comum com quem sonha durante o transe profundo de hipnoterapia. Ambas sentem as imagens como se fossem reais ou quase reais, podendo mesmo exercer controlo das próprias funções fisiológicas.
"Sabemos que alguns sonhos eróticos em determinados indivíduos, sob certas condições, podem provocar o orgasmo, (C. G. Jung, Obras Completas, Vol. VI, par. 1031. Decifrando a Linguagem dos Sonhos, p. 81. Os Sonhos e a Morte, p. 120.) interferindo assim no organismo sonhador." (Novaes)

Laberge refere ainda que "Segundo os drs. Dennis Jaffe e David Bresler, "as imagens formadas mentalmente mobilizam as forças interiores e latentes da pessoa, forças que têm um potencial imenso para ajudar no processo de cura e defesa da saúde". Qualquer que seja o funcionamento das imagens formadas, são usadas em inúmeras abordagens psicoterapêuticas, que vão da psicanálise à modificação do comportamento."


A dificuldade em dormir (insónia) pode ter a ver com a preocupação de algo importante durante o dia, mas também por algo incompreensível e complexo na vida íntima da pessoa. Quando se acorda devido a um pesadelo, não se trata do problema, alivia-se temporariamente o medo contudo o conflito permanece por resolver. Ficar com o pesadelo e aceitar o seu desafio procurando resolver o problema durante a lucidez do sonho ajuda-nos a tornarmo-nos mais saudáveis do que antes.

A ansiedade sentida em situações ameaçadoras serve apenas para nos instigar a fazer uma varredura mais cuidadosa das nossas condições a reavaliar as possiveis rotas de acção na procura de uma solução que passou despercebida; em resumo, para que fiquemos mais conscientes.

"Era costume pensar-se que a insónia era prejudicial porque nos privava do sono. Sabemos agora que ela é prejudicial porque nos priva dos nossos sonhos. Os sonhos parecem ser essenciais para a saúde mental. As perturbações de personalidade ocorrem se as pessoas são privadas da oportunidade de sonhar por serem totalmente privadas do seu sono." (Dudley)



Bibliografia:
Dudley, G.A. (1995) Os sonhos - O mundo misterioso do sono. 2ª edição. Editorial Estampa
Laberge, S. (1990) Sonhos lúcidos. Siciliano Livros, Jornais e Revistas Ltda.
Adenáuer Novaes (2001) Sonhos: mensagens da alma. Fundação Lar Harmonia. Salvador
Harary, K.; Weintraub, P. (1993) Sonhos lúcidos em 30 dias. Editora Ediouro

Postado por Sandro Coelho

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Transformação pelo Fogo




"Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua sendo milho para sempre."
“Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino a pobre pipoca fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho da pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosas do que o seu jeito de ser. A presunção, o medo, são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, seu destino é triste, já que ficará dura a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.”
Rubem Alves
Do livro: "O amor que acende a lua"
Editora Papirus

Como nos diz Silzen furtado em “O Mito de Perséfone na Prática Clínica”

“ É preciso resistir às dores iniciais para merecer penetrar os recantos mais transcendentes do ser”

O caminho a percorrer, terá, necessariamente, alguns percalços, mas é esta capacidade que o Ser Humano tem de se adaptar, assimilando e acomodando-se ao que de novo lhe aparece, que marca toda a diferença.

É a Esperança que nos move, que nos ilumina, que nos faz sonhar e acreditar que fazemos parte de um todo.

Muito ainda haverá por descobrir, somos uns peregrinos, cujo caminho ou caminhos, têm de ser percorridos em direcção ao SER que somos.

“Torna-te o que és” (Pindaro)

Entre o poder, fazer e o dever, o essencial é Ser, é essencial não desistir na busca da auto realização de cada Um.

Postado por: Marina Consciência

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hipnose Ericksoniana

Milton Erickson (1902-1980), é actualmente reconhecido na comunidade científica como o principal impulsionador da hipnose moderna. Psiquiatra de formação, ainda muito novo contrai poliomielite. Como fica paralisado devido à doença Erickson, fica muito só e com muito tempo para observar o ambiente que o rodeia. Erickson tinha na época uma irmã muito pequena que estava a apreender a andar. Erickson vai prestando atenção aos movimentos da irmã, à sua aprendizagem, à actividade muscular, a toda a linguagem corporal que a pequena evidencia. Tem a cuidar dele uma enfermeira, que entre outros tratamentos vai-lhe estimulando os membros superiores e inferiores, e o auxília com técnicas que hoje poderemos chamar de fisioterapia. Com este exercício e com a concentração focalizada na hora de treinar, faz grandes progressos e começa a mexer os pés e as mãos. Nesta fase e segundo literatura consultada, Erickson vai recuperando as memórias do seu corpo. Começa assim a ter algum controle físico, e decide treinar ainda mais o seu corpo fazendo uma viagem de canoa de mil milhas. No fim desta viagem Erickson é já capaz de andar com uma bengala.
Baseado na sua experiência pessoal, começa na sua prática clínica a utilizar então o método da hipnose para ajudar os seus clientes ou pacientes na procura da cura. A hipnose é um estado modificado da consciência (EMC), em que o individuo se encontra totalmente relaxado, experimentando sensações, emoções, visões, mudanças de comportamento. Através deste estado modificado de consciência o indivíduo pode desenvolver mecanismos próprios que o ajudem a perceber o seu próprio problema. Durante o estado de transe o paciente apenas está focalizado no estímulo que o hipnoterapeuta lhe provoca, tendo assim hipóteses de se conhecer melhor interiormente, e como cada um de nós é único, também cada um de nós tem de procurar a resposta para optimizar e relativizar o que nos aflige. A hipnose é uma técnica usada por psiquiatras, psicólogos, hipnoterapeutas, e outros profissionais de saúde na ajuda terapêutica a diversas patologias.
"Eu normalmente não oferecia conteúdo; eu ensinava a motivar". (Milton H. Erickson)
Citado em http://www.grupogolfinhos.com.br/artigos_grupo.htm


Referências Electrónicas
http://www.creativity.co.uk/creativity/guhen/erickson.htm, Acedido em 18 de Abril de 2011 pelas 22:45 Horas
http://www.grupogolfinhos.com.br/artigos_grupo.htm, Acedido em 28 de Abril de 2011 pelas 16:56 Horas
http://www.iph-geneve.ch/hypnose.htm, Acedido em 23 de Abril de 2011 pelas 16:56 Horas

Queirós, Natália (2011)


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sentido para a Vida

“A procura de sentido para a vida ou vontade de significado é uma variável cognitivo-afectivo-motivacional muito importante para a qualidade de vida psicológica” (Oliveira, 2008), pelo que a ausência de tal procura, verifica-se também a ausência de vida sem sentido.
“(…) Victor Frankl quem mais desenvolveu este tópico (search for meaning), talvez por ter vivido três anos no campo de concentração de Auschwitz mais se convencendo que, mesmo em circunstâncias absolutamente trágicas e em situações limite entre a vida e a morte, não se deve perder o sentido da vida” (Oliveira, 2008).
Quantas vezes é que nos desorientamos na vida, mas não perdemos o sentido da mesma?
A vida impõe-nos condicionantes no nosso dia-a-dia que nos interpelam de porquês: “o porquê a mim e não a outro” mas, o facto é que quando nos sabemos levantar e valorizar uma pedra no nosso caminho como fonte de recomeço e reconquista, conseguimos guardar o sentido da nossa busca existencial.
“É nessa busca e encontro de sentido que Frankl funda a sua logoterapia, introduzindo na psicologia e na psicoterapia a dimensão espiritual” (Oliveira, 2008). Deste modo, “a logoterapia surge como uma re-humanização da psicoterapia que deve contar outros sim com a capacidade de autodistanciamento e de autotranscendência da pessoa humana” (Frankl, citado em Oliveira, 2008).
A necessidade que há de procurar sentido para a nossa vida identifica-se com o nosso desenvolvimento, enquanto pessoas, pois sem motivação pela busca do sentido que nos move, não se constrói, destrói e reconstrói nada.
Conclui-se que “a busca de sentido existencial relaciona-se particularmente com a religião e a espiritualidade, pois a maior parte das pessoas, designadamente os idosos, aí procuram respostas para as perguntas mais cruciais” (Seifert, citado em Oliveira, 2008), sendo que “quando estamos em contacto com o Espírito, nunca mais nos sentimos isolados” (Hennezel, 2011).
Normalmente, as pessoas cedem a sua fé gerando uma espécie de comunhão com o transcendente, de forma a reconquistar forças que os fazem navegar nesta passagem de mar alto, conferindo sentido para a sua vida e força de existência.




Um mimo a cada uma de vós: Deixa que a vida te guie, mas não deixes que os problemas te destruam. Sorri por viver. Quando tiveres um problema pensa que há alguém pior do que tu. Que a paz te invada e te faça sonhar com o impossível para poderes alcançar o atingível. Que consigas sempre que a tua vida tenha sentido para preencher os caminhos sombrios que muitas vezes interpelam o nosso dia-a-dia.


Maria Luísa Teves, nº 10
3º Gs


Referências Bibliográficas
Oliveira, B. (2008). Psicologia do idoso: temas complementares. Porto: Livpsic
Hennezel, M. (2011). Coração não envelhece (1.ª ed.). Portugal: Casa das Letras

terça-feira, 26 de abril de 2011

Teoria Holográfica da Consciência

Na sequência do tema anterior tratado por mim, EMC – Estados Modificados da Consciência, tornou-se interessante falar da Teoria Holográfica da Consciência.
Esta teoria foi criada por vários pesquisadores, nomeadamente Karl Pribam e David Bohm, entre outros. Esta teoria expõe a noção de que cada organismo está interligado a um contexto maior e que vai reflectir informações sobre esse todo. Assim ao longo do tempo vai-se desvendando “(…) a noção de que existe uma interconectividade entre todos os sistemas de vida e do universo,  no qual o homem possui uma maior capacidade e potencial para saber integrar, reconhecer e sintetizar esta ligação, ao mesmo tempo que toma consciência da amplitude dos contexto do qual fez, faz e fará parte.”[1]
A relação entre os EMC e a teoria Holográfica está em que os diferentes estados da consciência são “(…)partes do holograma da totalidade da consciência do homem e, por inerência, do universo, reflectindo informação que vai desde os aspectos pessoais ao cosmo.”[2]
Para a psicologia transpessoal, os EMC têm um sentido próprio, uma vez que nesta área do saber tudo em um sentido. Uma vez que as EMC são uma viagem ao interior do ser, por vezes podem ser perigosas e destruturantes como podem ser positivas e levar a um restruturamento dependendo do grau de consciência dos próprios limites e do suporte conceptual.
Descobriu-se assim que “a consciência possui a tendência para se transcender a si própria, se ampliar, expandir e se actualizar ao longo do tempo, numa evolução que vai desde as formas mais simples de funcionamento, para formas cada vez mais complexas”[3]
A psicologia Transpessoal defende que somos mais que o corpo físico e esta teoria tenta justificar isso mesmo. Para concluir e deixar um pouco mais claro esta noção segue um pequeno filme de David Icke que apesar de não ser um psicólogo transpessoal transmite a ideia de que somos mais do que o nosso corpo físico.



Inês Santos, 3º GS

[1],[2],[3] Fonseca, J. d. (2000). Hologramas da Consciência. Lisboa: edições ispa.



segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que é Meditar?



Meditar é uma técnica que para quem não está habituado parece difícil. Depois de algum treino verificará que é bastante simples. Basta simplesmente disciplina e insistência para que a técnica funcione. Depois de algum treino revela-se simples, natural e fácil de conseguir.
A técnica de meditação depende somente de exercitar a capacidade de “parar” o pensamento, abrandando progressivamente as ideias que vão surgindo até descansar a mente. Pode fixar uma imagem, ouvir uma música relaxante ou utilizar métodos mais complexos que poderá aprender com a prática.
Inicie a meditação sentando-se com as pernas cruzadas na posição de lotos e as palmas das mãos viradas para cima e as costas devem estar direitas. Feche os olhos e tente visualizar um objecto. Pode ser qualquer coisa, o sol, a lua, uma flor, uma figura geométrica, um arco-íris, etc. Não fique analisando o objecto, só observe. Tal como quando contempla uma paisagem, nada mais, descanse o olhar no que vê sem qualquer análise. Trave a tendência que temos a analisar tudo, olhe somente.
A nossa mente é instável, pelo que recomendo alguma prática e persistência. Nunca pense que é diferente e não consegue, todos passamos por uma fase de treino e de habituação. Irá dispersar algumas vezes. Retome a imagem ou objecto que escolheu e inicie de novo o processo. Tente visualizar o mais tempo possível sem interferências e relaxe.

A nossa mente dá significado a tudo o que percepcionamos através dos sentidos. Quando olhamos para uma rosa, de imediato são gerados uma série de estímulos e de interacções na nossa consciência fazendo com que a mente busque memórias e categoriza tudo, a forma o cheiro o tamanho, etc.
Quando parar a mente, a percepção do objecto em que se concentra não será mais baseada numa experiência sensorial, mas sim noutro tipo de percepção mais abrangente, pois não se limita no tempo, no espaço ou na memória. Por exemplo, imagine uma fruta que pode ser sentida de forma táctil, olfactiva, gustativa, visual e através de alguns registros auditivos do som da fruta sendo cortada por uma faca, cortada pelos seus dentes, etc.
Se não tivermos a percepção visual, olfactiva, gustativa ou táctil, ausência total dos sentidos. Poderíamos dizer que a fruta não existe? Não, ela existe, só não está a ser percepcionada pelos sentidos.
O que se encontra para lá dos sentidos é um campo ainda pouco desenvolvido, necessitamos de repousar a mente e ir para além das percepções.
A meditação facilita a passagem para alem do sensorial, “calando” a mente e descobrindo o que está para além. Assim percebemos a existência de algo maior, do que os sentidos deixam escapar. Meditar é ter uma consciência diferente do que nos cerca, onde a razão a lógica e os sentidos não exercem influência.

Boa meditação


Postado por: Graça Carvalho


domingo, 24 de abril de 2011

Os Sete Chakras

A função dos chackras é receber e transmitir energia para as áreas afectadas do corpo físico, trazendo o equilíbrio, unindo todos os aspectos da nossa vida incluindo os aspectos físicos, materiais, espirituais, sexuais, etc.
No corpo físico encontram-se sete chakras principais, sendo três mestres e quatro maiores.
Os chakras são divididos da seguinte maneira:
- Os três chakras localizados na cabeça e na região da garganta são governados pela razão.
- Os chakras que estão localizados na frente do corpo são governados pela emoção.
- Os chakras que estão localizados na parte de trás do corpo são governados pelo desejo.
Chakra Raiz
Também conhecido como chakra básico ou primeiro chakra, está alojado na base da coluna vertebral, acima dos órgãos reprodutores. Relaciona-se com as pernas e os instintos mais básicos. Quando em equilíbrio, proporciona bem-estar, físico, ligação com a terra e vitalidade. Quando em desequilíbrio, este chakra provoca raiva, irritação, pânico, desânimo, constipação e impotência sexual.
Cor:  Vermelho.
Pedras e Minerais Indicados: Granada, hematita, ónix, obsidiana, quartzo vermelho, rubi entre muitos outros.
Órgãos que rege: coluna vertebral, aparelho reprodutor, membros inferiores, rins, órgãos sexuais, vitaliza fígado, e o  físico no geral e do sistema muscular.
Chakra Esplénico
O segundo chakra localiza-se uns três ou quatro centímetros abaixo do umbigo. Está relacionado com a produção de adrenalina, criatividade e energia sexual, criatividade, prazer e desejo. Quando em desequilíbrio, acarreta problemas sexuais, no sistema urinário, no útero e problemas na coluna. Sintomas do desequilíbrio neste chakra são a possessividade e os ciúmes exagerados.
Cor:  Laranja
Pedras e Minerais Indicados: Andaluzita, coral e cornalina.
Órgãos que rege: baço, sistema reprodutivo. É estimulante da circulação do sangue, do metabolismo do cálcio, da tiróide, das hormonas.
Chakra do Plexo Solar
O terceiro chakra localiza-se cerca de cinco centímetros acima do umbigo. Ligado intimamente ao ego da pessoa. Quando em equilíbrio, dá determinação, e força de vontade. Quando em desequilíbrio, os sintomas mais comuns são distúrbios alimentares, enjoos estomacais, falta de vontade, arrogância, irritação, medo e ódio.
Cor: Amarelo
Pedras e Minerais Indicados: Âmbar, calcita amarela, pedra do sol.
Órgãos que rege: estômago, fígado, sistema nervoso, vesícula biliar e sistema digestivo. Estimulante da digestão, e do pâncreas. Purificador do estômago, dos intestinos, da pele, da corrente sanguínea e do fígado.
Chakra Cardíaco
O quarto chakra está localizado no meio do peito. Ele é ligado ao timo e é o chakra do amor incondicional. Saúde e vitalidade têm muito a ver com as condições desse chakra. Quando em equilíbrio, fornece consciência de grupo, capacidade de perdoar, tolerância, compaixão, paz e, o mais raro de todos, o amor incondicional. Quando em desequilíbrio, os sintomas mais comuns são raiva, irritação, dores no peito, problemas cardíacos, depressão e angustia.
Cor: Verde  e rosa
Pedras e Minerais Indicados: Ágata Musgo, jade, pedra da lua, quartzo rosa.
Órgãos que rege: sangue, coração, pulmões e sistema circulatório. Combate infecções, inflamações e intoxicações. É bactericida, desinfectante, anti-séptica. Alivia tensões e emoções. Estimula a fertilidade, o crescimento e a hipófise.
Chakra Laríngeo
O quinto chakra está localizado na área da garganta. É responsável pelo poder de verbalização e expressão das verdades de cada um. Está ligado à tiróide e tem muito a ver com o metabolismo do corpo. Quando em equilíbrio, dá eloquência, comunicação e expressão. Quando em desequilíbrio, a pessoa sente dificuldades em expressar as suas emoções e dizer o que realmente pensa.
Cor: Azul-Celeste
Pedras e Minerais Indicados: Ágata azul, topázio azul, turquesa, angelita, e quartzo azul
Órgãos que rege: pulmões, brônquios, cordas vocais, garganta, tiróide, boca, nariz e ouvidos. Tem acção analgésica, regeneradora, adstringente, refrescante e bactericida. Aumenta as defesas do organismo, reduz o ritmo cardíaco.
Chakra do Terceiro Olho
Também chamado de chakra frontal e chakra da terceira visão, o sexto chakra está localizado entre os olhos. Está ligado à hipófise. Responde pela memória, concentração, visualização e imaginação. Quando em equilíbrio, dá intuição. Quando em desequilíbrio, dá dores de cabeça, falta de concentração e problemas de visão e auditivos.
Cor:  Violeta-Escuro
Pedras e Minerais Indicados: sodalita, safira azul, lápis lazúli, turmalina azul,
Órgãos que rege: visão, ouvidos, nariz, parte inferior do cérebro, memória, sistema nervoso e glândula pituitária. Aumenta a defesa imunológica, purifica a corrente sanguínea, tonifica os músculos.
Chakra da Coroa
Também chamado chakra coronário, o chakra da coroa localiza-se no alto da cabeça, bem no centro. Ligado directamente à glândula pineal, é a nossa conexão com as forças superiores. Quando em equilíbrio, proporciona consciência cósmica, sabedoria e inspiração. Quando em desequilíbrio, dá falta de motivação, desânimo, depressão e bloqueio.
Cor:  Branco ou Violeta
Pedras e Minerais Indicados: Ametista, diamante e alexandrita.
Orgãos que rege: glândula pineal, a parte superior do cérebro, espiritualidade, meditação e expressões superiores do ser humano. Cicatrizante. Alimenta o sangue e a região superior do cérebro. Ameniza os estados de irritação.
Delfina Correia

sábado, 23 de abril de 2011

"AMOR: ENERGIA UNIVERSAL"

"AMOR: ENERGIA UNIVERSAL"

"O que a nossa humanidade mais precisa é despertar o Amor em todos os corações. Dilacerada pela violência, ela chegou perto do fundo do poço. E deste lugar, só lhe resta uma alternativa, é olhar para cima, em direção ao sol, à Luz da Sabedoria e ao calor do Amor.
O Amor do coração foi progressivamente abafado por quatro mil anos de dominação dos homens, que limitaram a participação das mulheres à família e ao lar. Resultou disto uma repressão dos valores femininos no Homem, e com eles o próprio Amor. A nossa cultura masculinista esta na raiz do desenvolvimento extremo das qualidades intelectuais mais particularmente da razão, que leva ao domínio absoluto da ciência e da tecnologia, e limita a educação ao puro intelecto. Os valores do coração e do espírito são desprezados e relegados à religião. Resulta disto um racha entre razão e coração. E chegamos aos extremos das aplicações frias da ciência através da tecnologia, à fabricação descontrolada de armas e ao seu uso na matança de seres indefesos no terrorismo ilegal e nas guerras legais, tanto faz. As empresas usam as tecnologias tanto a serviço de valores construtivos ou destrutivos desde que se obtenha o devido lucro.
O advento do movimento feminista levou as mulheres à saírem do seu lar para trabalhar fora. Isto faz com que, progressivamente, os valores afetivos penetram na empresa e no trabalho humano em geral. A preocupação masculina exclusiva pela efetividade, vem se integrar harmoniosamente o valor feminino da afetividade. A exclusividade de focalização empresarial pela produção, está se acrescentando um interesse cada vez maior pelas pessoas, isto é pela qualidade de vida de cada funcionário. É de esperar também que com o ingresso de mulheres na política, o Amor e a preocupação pelo ser humano tornem se cada vez mais central na gestão das sociedades O futuro desta gestão se acha num reencontro do masculino e do feminino em cada um de nos.
Tirar o amor da vida humana é ameaçar a própria vida no nosso Planeta. Pois a destruição ecológica é o resultado da falta de amor à Natureza, que leva o ser humano a um suicídio progressivo, o qual já começou.
O Amor é a força que sedimenta todos os conjuntos. A energia que liga entre elas as partículas do átomo é Amor, garantindo assim a existência da matéria.
O Amor é a energia que une as células formando os tecidos das plantas, dos animais e do nosso corpo.
O amor é a força que atrai os dois sexos garantindo a continuidade de todas as espécies, vegetal, animal e humana.
O Amor estimula a nossa criatividade insuflando o nosso entusiasmo pela vida e inspirando a nossa alma poética.
O Amor é o fator que proporciona a ternura dos casais e amizade entre pessoas.
O Amor é a liga das estrelas formando o Universo.
Onde há Amor é impossível a violência, o terrorismo e as guerras. Despertemos a todo instante o amor no nosso coração para todos os seres viventes. É a melhor contribuição que podemos dar para a nossa humanidade sair do atoleiro em que está enleada!"


Pierre Weil

Publicado por: Cláudia Almeida

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A sabedoria como meio para resgatar a auto-estima


Aos quinze anos, me dispus a aprender
Aos trinta, firmei os pés no chão
Aos quarenta, já não sofria perplexidades
Aos cinquenta, conhecia as solicitações do Céu
Aos sessenta, as ouvia com ouvidos dóceis
Aos setenta, pude seguir os ditames do coração”...

Confúcio - 551/479 AC
Filosofo/Teórico Social



Dr. João de Souza Filho

Há 22 anos, como médico e terapeuta transpessoal, actuando na área da saúde plena das pessoas na terceira idade, frequentemente ouço questionamentos que se apresentam muito mais como afirmação embutida do que dúvida tácita: “O que tem de positivo em envelhecer? E complementam com todas as inequívocas degenerescências físicas próprias dessa faixa etária, ou seja, rugas, compleição muscular, debilidade óssea, perda da acuidade visual e auditiva, etc., como que já querendo convencer-me de que nada tem de positivo em envelhecer.  
Numa análise menos prudente corre-se o risco de concordar com tais colocações. Porém, cabe aqui uma auto-análise: Quem é responsável por essa convicção do idoso? (Definimos IDOSO qualquer pessoa acima de 60 anos).  
Num questionário informal que fizemos, ao longo de nosso trabalho na área, com indivíduos de 20 a 40 anos, por ocasião de cursos, palestras, atendimentos de clínica, abrangendo os mais diferentes níveis intelectuais, sociais, culturais e étnicos, causou-nos surpresa o número de respostas “VERDADEIRA A AFIRMAÇÃO” (as opções eram: verdadeira ou falsa), de cerca de 91% de  entrevistados para as questões abaixo:  
1. O IDOSO PERDE A CAPACIDADE DE APRENDER?
2. O IDOSO É INCAPAZ DE MEMORIZAR ALGO?
3. A INTELIGÊNCIA DIMINUI COM A IDADE?
4. O IDOSO PERDE TODA CAPACIDADE SEXUAL?
5. A VELHICE É DOENCA?
6. O IDOSO ESTÁ MAIS PERTO DA MORTE?
7. O IDOSO NAO TEM FUTURO OU SONHOS?  
As respostas de concordância com as afirmações demonstram como estas crenças estão enraizadas nas populações jovens. E também, como pelo comportamento da faixa etária entrevistada, perante os idosos, pode influir e implantar essas crenças de tal forma que passam a ser verdade absoluta na vida do idoso, agregando comportamentos negativos inerentes a elas. Aí, o resultado é baixa auto estima.  
O que certamente se esquece é a parte positiva do avançar da idade, ou seja, a SABEDORIA. Esta traduz -se pelo aflorar das qualidades e sentimentos interiores tais como: amorozidade, respeito à vida, desenvolvimento da arte do saber escutar, compreensão, paciência, etc. - Virtudes da sabedoria que superam a degenerescência física.  
No decorrer da nossa actuação nessa área, formatamos em parceria com o Instituto Tadashi Kadomoto*, uma vivência que denominamos:
“Resgatando a auto-estima com sabedoria”.
Trata-se de um desafio proposto ao idoso acima de 60 anos (sem limite superior) para ficar dois dias em um hotel em Itu, com o propósito de colocá-lo  defrontando-se com as suas sombras, o seu eu interior, os seus traumas, medos e inseguranças, compartilhando esses sentimentos com o grupo. E assim, estimulando e induzindo o aflorar da sabedoria, pode redignificar e integrar esses sentimentos e comportamentos que o limitam. A ideia desta vivência surgiu das experiências vividas com a interacção junto ao idoso. E acima disso, tendo a percepção da sensibilidade que a idade e por consequência a sabedoria trazem. Todavia, na grande maioria das vezes, é impedida de vir à tona pelas crenças que limitam os idosos, e são condenados.
Percebemos então, que podem viver melhor quando são atendidos de forma holística, respeitando os seus limites e reconhecendo sua imensa SABEDORIA.  
“Venha contar sua história velha, e descobrir uma história nova” 
“Esther pergunta ao velho nómada, por que as pessoas são tristes.  
É simples, responde o velho. Elas estão presas à sua história pessoal. Todo mundo acredita que o objectivo desta vida é seguir um plano. Ninguém se pergunta se este plano é seu, ou foi criado por outra pessoa. Acumulam experiências, memórias, coisas, ideias dos outros, que é mais do que podem carregar. E portanto, esquecem os seus sonhos... 
O que fazer para abandonar esta história que nos contaram?  
Repeti-la em voz alta, nos seus menores detalhes. E, à medida que contamos, nos despedimos do que já fomos e – você verá, se tentar – abrimos espaço para um mundo novo, desconhecido. Repetiremos esta história antiga muitas vezes, até que ela não seja importante para nós.  
Só isso?  
Falta um detalhe: à medida que os espaços vão sendo esvaziados, para evitar que nos causem um sentimento de vazio, é preciso preenchê-los rapidamente – mesmo que seja de maneira provisória.  
Como?  
Com histórias diferentes, experiências diferentes que não ousamos ter, ou que não queremos ter. Assim mudamos. Assim o amor cresce. E quando cresce o amor, crescemos com ele.  
Isso também significa que podemos perder coisas que são importantes.  
Jamais. As coisas importantes sempre ficam – o que vai embora são as coisas que julgávamos importantes, mas são inúteis... (Coelho, 2005:197)  

Reparamos que, à medida que esvaziássemos nossas cabeças de histórias já velhas e vividas, um espaço novo era aberto, uma misteriosa alegria entrava, ficávamos mais corajosos, arriscávamos mais, fazíamos coisas que julgávamos erradas ou certas – mas fazíamos. Os dias eram intensos.” (Idem, p.199)  

Referência:
Coelho, Paulo, O Zahir. Rio de Janeiro: Rocco, 2005



Publicado por: Rosa Maria Rainho Pedro
 
 


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Viver Não Dói

Partilho convosco um pequeno texto de Carlos Drummond de Andrade (poeta Brasileiro) que nos faz reflectir na nossa vida…
Viver Não Dói

“Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. (…) Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional”.

E que tal vivermos mais intensamente o dia-a-dia, aproveitando cada momento como único, inesquecível e irrepetível…não tenhamos medo de arriscar na vida…façamos o que nos dá gozo, pois se não vivermos o agora, o presente, com toda a nossa emoção, quando o vamos fazer? Aproveitemos a vida…e tentemos ser felizes…
Publicado Por: Cátia Simões

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Poderes inexplicados da mente e do corpo - 1ª Parte

Há casos de pessoas que afirmam ter sido curadas pelo poder da mente, casos em que houve uma remissão espontânea da doença e atribuem a sua recuperação ou cura a poderes que o organismo possui.
Na realidade parece que o organismo possui recursos que o permitem manter saudável ou recuperar de uma doença. Pois há situações em que a pessoa recupera de uma doença sem a intervenção da medicina e nesses casos é impossível ignorar a influência de uma cura psíquica. Mas poder-se-á atribuir de facto a cura a essas capacidades ou faculdades do organismo?
Tem havido casos em que através da hipnose, imposição de mãos e outros meios que influenciam a mente, terem um papel decisivo no desenvolvimento de forças regeneradoras no organismo.
Tem se verificado situações em que alguns tipos de Cancro são debelados, isto porque a pessoa tinha fé na sua possível recuperação e tinha uma grande vontade de viver, sendo estes factores decisivos na sua recuperação.
Estes dois estados psicológicos positivos (fé e vontade) são considerados como preciosos aliados no combate a doenças e males do organismo.
Mas também, há quem defenda que a cura sem intervenção clínica se deve à força da vida (energia) que percorre todo o nosso corpo, ideia defendida em várias culturas, como no antigo Egipto onde era chamada de Ka, para os Hindus era conhecida como Prana ou na China onde é conhecida por T’chi.
A história da cura reflecte de certo modo a luta entre o exótico e o pragmático.
Na Europa, desde aproximadamente do século XI até ao século XIX, acreditava-se que os reis e rainhas tinham o poder de curar a doença pela imposição das mãos.
No entanto, essa primitiva cura paranormal não estava confinada à realeza. Os monarcas da Europa tinham pelo menos um importante rival em Valentine Greatrakes, um homem do povo conhecido como o Passista Irlandês. Nascido em 1629, Greatrakes convenceu-se aos 33 anos que possuía o toque real.
Observadores modernos estudaram os métodos de Greatrakes, bem como os de Franz Anton Mesmer, cuja teoria do magnetismo animal iria inflamar a Europa um século mais tarde, formulando a sua teoria, segundo a qual todos os objectos do Universo, incluindo o corpo humano, eram percorridos por um fluxo invisível de corrente magnética.
Segundo Mesmer (1785), a saúde dependia da harmonia entre o “fluido” no interior e exterior do corpo, que de certa forma representava para ele um alinhamento da força vital de um indivíduo com o universal. Para ele, esta substância (energia) podia ser manipulada através de ímanes; chegando a uma importante conclusão para o seu estudo, que o sucesso que as pessoas obtinham nas curas não era devido a imanes, mas aos seus poderes de sugestão mental. Mesmer estava de facto a influenciar estados de espírito e emoções, pois afirmava que a passagem do fluido através do corpo de um doente obedecia às suas directivas; conseguindo efectivamente que alguns recuperassem a saúde.
Os métodos de Mesmer, indolores e sedativos, produziam resultados quase imediatos.
Embora o termo “Mesmerizar” tenha acabado por significar “dominar outra pessoa” e tenha sido usado frequentemente como sinónimo de hipnotizar, não há qualquer prova que os doentes de Mesmer fossem colocados em transe e é certo que não eram hipnotizados. O que Mesmer parece ter feito, com muita atenção e delicadeza, foi persuadir os seus doentes a abandonarem os seus procedimentos e através disso curarem-se a si próprios. Os “ímanes” utilizados por Mesmer, música suave e afagos eram de certa forma os equivalentes do século XVIII às técnicas de curas actualmente usadas por alguns terapeutas.



Postado por : Ana Paula Sousa

 

Stanislav Grof, M.D




Stanislav Grof, MD, Ph.D. é um psiquiatra com mais de cinquenta anos de experiência pesquisando a cura e o potencial transformador dos estados não-ordinários de consciência. Suas teorias inovadoras influenciaram a integração da ciência ocidental, com sua brilhante mapeamento da dimensão transpessoal.

Esta entrevista foi concedida por Stanislav Grof, M.D., a Álvaro Veiga Jardim e Carmen Maciel, durante visita a Goiânia, GO, Brasil, no período entre 24 a 28 de Setembro de 2000.

Partilho uma das perguntas feitas.

“O que a Psicologia Transpessoal e o seu trabalho trouxeram para a psicologia como ciência?

O famoso psicólogo americano Abraham Maslow chamou a Psicologia Transpessoal de a Quarta Força em psicologia, que se seguiu ao Comportamentalismo, à Psicanálise Freudiana e à Psicologia Humanista. Na primeira metade do século, a psicologia americana e europeia e a psiquiatria foram dominadas, exclusivamente, pelo comportamentalismo e pela psicanálise. A Psicologia Humanista, fundada por Abraham Maslow e Anthony Sutich, surgiu como uma reacção às inadequações e limitações destas duas primeiras forças.
A Psicologia Humanista corrigiu a tendência do comportamentalismo, em ignorar a consciência e a introspecção e formular teorias sobre a psique humana, exclusivamente, através de observações do comportamento, particularmente, em relação ao comportamento dos animais, tais como ratos e pombos. A Psicologia Humanista, também, enfatizou a necessidade de ir além da tendência da análise Freudiana, de manipular todos os dados do estudo da psicopatologia e incluiu indivíduos normais e supernormais como assuntos de pesquisa.
O foco do estudo humanístico foram os valores humanos mais elevados e a tendência em perseguir os “metavalores” de Maslow e “metamotivações”, lidando com o que Maslow chamou “auto-atualização” e “autorealização”. A Psicologia Humanista também sustentou uma ampla abertura, para o desenvolvimento de uma nova forma revolucionária de psicoterapias, chamadas “terapias experienciais”, tais como a prática da Gestalt, bioenergética ou técnica de Alexander.
A Psicologia Transpessoal então, adicionou, ainda, uma outra dimensão importante, que é o reconhecimento da espiritualidade, como um aspecto importante e legítimo da psique humana. Esta é uma diferença radical da psicologia académica, que destitui a espiritualidade de alguma forma e de algum nível de sofisticação e a caracteriza como superstição, pensamento mágico primitivo, imaturidade emocional ou patologia. Um outro importante aspecto da Psicologia Transpessoal é que ela estuda o espectro inteiro da experiência humana, incluindo os estados incomuns de consciência, particularmente, várias formas de experiências místicas.
A Psicologia Transpessoal foi profundamente influenciada pelas experiências e observações dos estudos de estados incomuns de consciência, tais como aqueles que ocorrem durante práticas xamânicas, ritos aborígenes de passagem, os mistérios antigos de morte e renascimento, sessões psicodélicas e várias formas de práticas espirituais (incluindo diferentes escolas de yoga, Budismo, Taoísmo, Sufismo, misticismo Cristão, etc.). E aí é onde entra meu próprio trabalho.
Minha contribuição para a Psicologia Transpessoal, além de dar o nome “transpessoal”, vem de quatro décadas de exploração sistemática do potencial terapêutico, transformativo e evolucionário dos estados incomuns de consciência. Fiquei, aproximadamente, a metade deste tempo, conduzindo terapia com substâncias psicodélicas, primeiro na Tchecoeslováquia, no Instituto de Pesquisa Psiquiátrica, em Praga, e depois nos Estados Unidos, no Maryland Psychiatric Research Center, em Baltimore, onde participei do último programa sobrevivente de pesquisa psicodélica americano.
Desde 1975, trabalho com respiração holotrópica, um poderoso método de terapia e auto-exploração, que desenvolvi, juntamente com minha esposa Christina. Através dos anos, também apoiei muitas pessoas, passando por crises psico-espirituais ou “emergências espirituais”, como Christina e eu as chamava. O denominador comum destas três situações é que elas envolviam estados incomuns de consciência ou, mais especificamente, uma importante subcategoria delas, que denominei holotrópico. Em terapia psicodélica, estes estados são induzidos pela administração de substâncias ou plantas, que alteram a mente. No trabalho com a respiração holotrópica, a consciência é mudada pela combinação de respiração mais rápida e profunda, música evocativa e liberação de energia, através de trabalho corporal. Em emergências espirituais, os estados holotrópicos ocorrem espontaneamente, no quotidiano e sua causa é usualmente desconhecida.
Somando-se a outras actividades, também, tenho me envolvido, de modo mais periférico, com muitas disciplinas que são, mais ou menos, directamente relacionadas aos estados incomuns de consciência. Tenho participado de cerimónias sagradas de culturas nativas em diferentes partes do mundo, tenho tido contacto com xamãs norte-americanos, mexicanos e sul-americanos e troquei informações com muitos antropólogos. Também tenho tido intenso contacto com representantes de várias disciplinas espirituais, incluindo o Budismo Vipassana, Zen, Vajrayana, Siddha Yoga, Tantra e a Ordem Cristã Beneditina.
Uma outra área, que tenho dedicado bastante atenção, tem sido a tanatologia, uma jovem disciplina que estuda experiências próximas da morte e aspectos psicológicos e espirituais da morte e do morrer. Eu participei, no final dos anos 60 e no início dos anos 70, de um amplo projecto de pesquisa, estudando os efeitos da terapia psicodélica, em indivíduos terminais com câncer. Eu poderia também acrescentar, que tenho tido o privilégio de conhecer pessoalmente e de ter tido experiências com alguns dos grandes físicos e parapsicólogos de nossa era, pioneiros de pesquisa da consciência em laboratório e terapeutas, que desenvolveram e praticaram formas poderosas de terapias experienciais, que induzem estados incomuns de consciência.
Após todos esses anos de estudo de várias formas de estados incomuns de consciência, eu concluo que as experiências e observações desse trabalho mostram uma urgente necessidade de uma revisão profunda do nosso pensamento em psiquiatria, psicologia e psicoterapia. A profundidade e alcance desta revisão poderia ser comparada com o que aconteceu na física, nas primeiras três décadas do século XX – a mudança da física Newtoniana para a teoria da relatividade e então para a física quântica. Eu escrevi sobre estas implicações em meu último livro, “Psicologia do Futuro: Lições de Pesquisa da Consciência Moderna”.”


Referências bibliográficas:

http://www.stanislavgrof.com/

http://expansaodeconsciencia.wordpress.com/2008/05/03/entrevista-com-stanislav-grof-parte-1/


postado por Catarina Sofia Pereira