quinta-feira, 14 de abril de 2011

Carl Gustav Jung - Individuação

O conceito de individuação criado pelo psicólogo Carl Gustav Jung, consiste num processo, através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. Através deste processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do Si-mesmo; «Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der» (Jung, C)

Esta conscencialização, muitas vezes, só é despertada, ao entrarmos em contacto com a idéia da morte. Nós temos a necessidade de compreender a morte psiquicamente, embora a rejeitemos, pois ela é parte de nós, embora esteja reprimida por ser tabu falar abertamente sobre ela na nossa sociedade, no entanto para viver é preciso morrer. Cada degrau de uma nova etapa do ciclo de envelhecimento do homem, tem suas perdas, e as suas compensações. No fim do nosso ciclo de vida, é como se por fora “embalagem/involucro/corpo” fossemos involuindo e por dentro fossemos ascendendo algo Divino – Superior; no entanto poucos tem a coragem de fazer prevalecer e dar valor ao que realmente querem para a sua vida.

Jung, fala-nos do receio do que é desconhecido, este receio é um impedimento para as pessoas se tornarem preenchidas, felizes. Este receio ameaça o sentido de Si-mesmo de cada um, que é confrontado com a necessidade de reconhecer e aceitar o que é diferente e estranho, como parte da sua própria vida como uma espécie de “eu-também”.


Jung diz-nos que «primeiramente o homem deve estabelecer, no mundo, vínculos sólidos, fundar uma família, construir uma situação. Mas, quando chega a maturidade, no declínio das forças, então é tempo de ser si-mesmo, no sentido mais profundo, ou seja, de procurar apreender a totalidade de nossa alma, aquela que não conhece as barreiras do tempo nem do espaço. O homem que envelhece deveria saber que sua vida não está em ascensão nem em Expansão, mas um processo interior inexorável produz uma contracção da vida. Para o jovem constitui quase um pecado ou, pelo menos, um perigo ocupar-se demasiado consigo próprio, mas para o homem que envelhece é um dever e uma necessidade dedicar atenção séria ao seu próprio si-mesmo. Depois de haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o sol recolhe os seus raios para iluminar-se a si mesmo».

Carl Jung acreditava que o inconsciente reflecte as potencialidades do individuo e o seu propósito de vida. “Assim, escondida atrás dos pensamentos limitadores, existe a verdadeira e essencial natureza de cada um”. Jung, C.

“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela”.
Albert Einstein


Postado por: Marina Consciência

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