terça-feira, 24 de maio de 2011

Realidade

"A realidade é experienciada de forma diferente por cada indivíduo em vários momentos da sua própria existência.
Todos sabemos que a experiência da realidade, ou melhor, das realidades, dependem de vários factores, como, por exemplo, o nosso condicionamento social, os estímulos de consciência que experienciamos em certos momentos da nossa vida.
Num estado usual de consciência assimilamos e interpretamos as informações que nos são transmitidas pelos nossos sentidos em unidades de significância. Quando olhamos o mundo à nossa volta, os nossos olhos selecionam certas informações as quais “arquivamos” como um quadro parcial da realidade física. Os nossos sentidos não são capazes de apreender o todo processual e dinâmico do nosso modo de existir, no nosso universo interno e externo. Vemos o mundo como um composto de coisas diferentes, as quais são separadas umas das outras por espaço; e conseqüentemente nos tornamos conscientes de um filme interior (produto do processo de re-cognição), de um mundo composto de objetos mais ou menos estáticos. Se olharmos, por exemplo, para o sólido e elegante edifício da Biblioteca Real da Dinamarca em Copenhaga, estaremos, de certa forma, a experienciar aquela construção, formidável e sólida, como algo quase eterno. Certamente, não pensaremos na possibilidade de que aqueles materiais que compõem aquele edifício não estavam ali, naquele lugar, à quinhentos anos atrás, e nem chegaremos a pensar que todos aqueles materiais  compostos  de moléculas e átomos estão em movimento e transformação constante. Não seremos capazes de perceber que esse edifício está a envelhecer no aqui e agora, mas na realidade, a cada segundo, este edifício, aparentemente tão sólido e elegante, está em constante deteriorização; e mesmo que conservado e reparado muitas vezes, num tempo mais distante, aqueles materiais que hoje fazem este edifício, dispersados pelo vento do tempo, não estarão mais ali.
Este modo de perceber, é uma consequência psicológica da dimensão cognitiva humana, que faz com que, dificilmente, estejamos conscientes da transformação constante que acontece no nosso corpo agora e em cada momento desde o nascimento até a morte. Este modo específico de aprender a realidade, é, provavelmente, a causa principal pela qual conceptualizamos o universo de uma forma dualística, criando, freqüentemente, rígidas separações entre o eu o os outros, corpo e mente, vida e morte."

Webliografia
http://www.abptranspessoal.com/artigos.htm

Postado por: Clara Isabel Monteiro

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