terça-feira, 24 de maio de 2011

A importância da Transpessoalidade

Na actualidade já se fala de psicologia transpessoal como sendo a quarta força da psicologia, mas ainda são poucas as pessoas pelo menos em Portugal que se entregam a esta vertente da psicologia, por desconhecimento ou por negação mas a verdade é mesmo essa, são poucas as pessoas que entendem a importância da transpessoalidade na vida quotidiana, como tal apresento um texto de Ricardo Angelim que nos deixa mais elucidados acerca da importância da transpessoalidade.
“As disciplinas transpessoais visam pesquisar e reabilitar experiências transpessoais por muito tempo consideradas irracionais ou patológicas. É mais correcto vê-las como progressões saudáveis que como regressões patológicas. Segundo Ken Wilber, elas não são uma "regressão a serviço do ego, mas uma evolução e uma transcendência deste"
A reabilitação e a tentativa de compreensão das experiências transpessoais possuem enorme importância do ponto de vista transcultural, pois permitem-nos entender melhor não só as diversas culturas como também as suas filosofias, religiões e artes promovendo a integração entre dados históricos e transculturais.
A razão pela qual as experiências transpessoais foram tidas em tão alta conta através da história está a tornar-se mais clara à medida que as pesquisamos mais de perto. Elas oferecem significativos benefícios psicológicos e sociais. As experiências transpessoais podem com frequência - embora nem sempre - produzir drásticas e duradouras mudanças psicológicas de carácter benéfico. Elas podem proporcionar uma noção de sentido e de finalidade, resolver dilemas existenciais e inspirar um interesse compassivo em relação à humanidade e ao planeta. Uma única experiência transpessoal pode, com efeito, mudar para sempre a vida de uma pessoa. Além disso, há indícios cada vez mais fortes de que a ausência de tais experiências esteja por trás de uma parte considerável das patologias individuais, sociais e globais que nos cercam e ameaçam.
As experiências transpessoais apontam na direcção de possibilidades humanas. Elas dão a entender que certas emoções, motivações, capacidades cognitivas e estados de consciência podem ser cultivados e depurados a um grau muito além da norma.
As tradições contemplativas, por exemplo, indicam que as emoções benevolentes, como o amor e a compaixão, podem expandir-se para abarcar não apenas as pessoas como também todas as formas de vida. Da mesma forma, elas afirmam e as primeiras pesquisas o confirmam - que a atenção pode ser estabilizada; as percepções, sensibilizadas; e as motivações, como o altruísmo e a transcendência, fortalecidas. A possibilidade de ampliar capacidades como essas é um sinal de que o desenvolvimento psicológico pode ultrapassar em muito o que imaginávamos ser o teto das possibilidades humanas.Seguem-se duas implicações cruciais: os estados mais elevados de consciência - nos quais as pessoas atingem capacidades acima e além das normais - estão disponíveis a todos nós; e o nosso estado habitual de consciência - que geralmente se presume ser o melhor - na verdade não expressa o máximo do potencial humano. Uma das novas descobertas tem consequências extensas e profundas: os estados de consciência podem apresentar aquilo que se conhece por especificidade de estado ou limitações específicas de estado. Isso significa que o que se compreende e aprende num estado de consciência pode ser mais difícil de compreender em outro. Assim, mesmo o mais profundo entendimento adquirido num estado alternativo pode ser incompreensível para quem jamais atingiu aquele estado.”

Postado por Margarida Lourenço

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