terça-feira, 24 de maio de 2011

Consciência do objecto e consciência do espaço

“A vida da maior parte das pessoas está atravancada de coisas: coisas materiais, coisas a fazer, coisas em que pensar. A vida de cada individuo reflecte assim a História da Humanidade, que Winston Churchill definiu como “uma coisa atrás da outra”. As mentes estão cheias de um emaranhado de pensamentos, que sugem um atrás do outro. Esta é a dimensão da consciência do objecto, a realidade que predomina para muitas pessoas, razão pela qual as suas vidas são tão desequilibradas. A consciência do objecto tem de ser contrabalançada pela consciência do espaço, para que a sanidade volte ao nosso mundo e para que a Humanidade cumpra o seu destino. O despertar da consciência do espaço constitui a próxima etapa na evolução da Humanidade.
A consciência do espaço significa que, para além de estarmos conscientes das coisas – o que se resume sempre às percepções dos sentidos, pensamentos e emoções - existe uma corrente mais profunda de consciência. A consciência implica que não só temos consciência das coisas (dos objectos), como também temos consciência de termos consciência. Se formos capazes de sentir uma paz interior alerta enquanto as coisas estão a acontecer no primeiro plano – é isso! Esta dimensão existe em toda a gente, mas a maior parte das pessoas não tem a menor consciência dela.
A consciência do espaço representa não s+o a libertação do ego, mas também da dependência das coisas deste mundo, do materialismo e da materialidade. É a dimensão espiritual que tem a capacidade de, por si só, dar a este mundo um significado transcendente e verdadeiro.
Quando um acontecimento, uma pessoa ou uma situação nos incomoda, a verdadeira causa deste incómodo não é o acontecimento, a pessoa ou a situação, mas sim a perda da verdadeira perspectiva que apenas o espaço nos pode conceder. Ficamos presos à consciência do objecto, sem estarmos cientes do espaço interior intemporal da própria consciência”.

Bibliografia
Tolle, Eckhart. Um mundo novo – Despertar para a Essência da Vida. 2.ª Edição. Editora Pergaminho. Lisboa. 2009

Postado por: Clara Isabel Monteiro

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