sexta-feira, 22 de julho de 2011

Consciência do Corpo Interior

“Uma forma simples, mas muito eficaz, de descobrirmos o espaço na nossa vida está intimamente relacionada com a respiração. Ao sentirmos o fluxo de ar subtil a entrar e a sair do nosso corpo, bem como a elevação e o abaixamento do peito e do abdómen, descobrimos que também estamos a tomar consciência do corpo interior. A nossa atenção pode deslocar-se então da respiração para essa vivacidade sentida dentro de nós, que se encontra espalhada por todo o corpo.
A maior parte das pessoas está tão distraída com os seus pensamentos, tão identificada com a voz que existe dentro da sua cabeça, que já não consegue sentir a vivacidade existente dentro de si. Não sermos capazes de sentir a vida que anima o corpo físico, a própria vida que somos, é a maior privação que nos pode acontecer. Começamos então a procurar não só substitutos para esse estado natural de bem-estar interior, como também algo que encubra o mal-estar permanente que sentimos quando não estamos em contacto com a vivacidade, que está sempre presente, mas da qual geralmente não nos damos conta. Alguns dos substitutos procurados pelas pessoas são, por exemplo, os estados intensos induzidos pelas drogas, a estimulação sensorial excessiva, a música exageradamente alta, as emoções fortes ou actividades perigosas, ou uma obsessão pelo sexo. Qualquer drama existente numa relação é utilizado como substituto para essa sensação de vivacidade genuína. O disfarce mais procurado para encobrir esse contínuo mal-estar de fundo é o das relações íntimas: um homem ou uma mulher que irá “fazer-me feliz”. Obviamente, também é uma das causas mais frequentes das “desilusões”. E, quando o mal-estar vem de novo à tona, as pessoas geralmente atribuem as culpas ao seu companheiro ou companheira.
Respire duas ou três vezes com consciência. Agora veja se consegue detectar uma sensação subtil de vivacidade a percorrer todo o seu corpo interior. É capaz de sentir o seu corpo a partir de dentro? Sinta por breves instantes partes específicas do seu corpo. Sinta as suas mãos, depois os braços, os pés, as pernas. Consegue sentir o abdómen, o peito, o pescoço e a cabeça? E os lábios? Existe vida neles? Em seguida, volta a tomar consciência do corpo interior como um todo. De inicio, pode quere fechar os olhos quando fizer este exercício e, assim que conseguir sentir o seu corpo, abra os olhos, olhe à sua volta e continue simultaneamente a sentir o seu corpo. Alguns leitores podem considerar que não há necessidade de fechar os olhos; de facto, conseguem sentir o seu corpo interior enquanto estão a ler isto”.

Bibliografia
Tolle, Eckhart. Um mundo novo – Despertar para a Essência da Vida. 2.ª Edição. Editora Pergaminho. Lisboa. 2009

Postado por: Clara Isabel Monteiro

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